Por Lucy Mattos
lucy.mattos@live.com
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O objetivo aqui não
é explorar o sexo feminino e sim falar da sua sexualidade, gostos,
as vitórias e dificuldades que acompanham a mulher quando este
assunto é abordado. Afinal, o sexo feminino historicamente tem sido privado de
conhecer e explorar a sua própria sexualidade.
Quando nos sentamos
para conversar com os garotos de nossa idade é fácil ver como eles enxergam o
sexo e suas mulheres, por algumas vezes é possível perceber como eles
classificam as mulheres que passam por sua vida. Enquanto algumas são tidas
como mulheres, outras são definidas como putas ou vadias, ou seja, mulheres
para a cama.
Isso acontece por
causa da educação que nos foi implantada com o passar dos anos, onde uma mulher
“de respeito” não deveria inclusive sentir prazer, mentalidade explorada no
livro/série Gabriela, onde mulheres eram educadas que o seu papel na cama com
os seus maridos era de estar lá e dar prazer a ele, e que não deveria sentir
curiosidades, expor desejos ou explorar seu corpo. Esse papel de conhecer os segredos
do sexo era destinado às “quengas, garotas da vida” que não mereciam respeito.
Podemos ver
isso ainda hoje na mentalidade dos jovens, não sendo um problema único do sexo
masculino, mas também das próprias mulheres que são educadas a não conhecer os
seus prazeres, já que isso não irá fazer com que ela seja vista como mulher
direita, ou seja, para se casar.
Quando vemos
vídeos, fotos, de mulheres que buscaram se soltar na cama, solto de modo que as
vulgariza para o público online o momento que era privado para dois, a culpa
geralmente é atribuída à mulher, porque se permitiu ser filmada, fotografada,
mesmo que era para ser apenas alembrança de um bom momento.
Recentemente vimos
o caso da Fran, garota que foi filmada por um ex nos momentos de intimidade. A
repercussão veio de todos os lados, pessoas que entendiam que Fran teve o seu
momento íntimo “roubado” por um aplicativo de celular.
De outro lado vimos
as críticas, pessoas que a responsabilizavam por confiar em seu parceiro, ou
por simplesmente sentir o prazer do sexo. Por se permitir filmar ela havia
virado menos mulher, ou menos honrada para uma grande maioria.
Primeiro devemos
criticar o caráter deste rapaz, que por algum motivo espalhou este vídeo íntimo
com a intenção de ridicularizar a garota. Afinal, o sexo é algo vergonhoso?
Qual a visão de homens que pensam assim da mulher com quem divide a cama?
Quando homens usam
deste momento para humilhar a mulher, é difícil ver que eles entendam a
intimidade do fazer amor, uma visão misógina de sua relação e que provavelmente
nunca iria entender o que é amar, não somente a mulher, mas a intimidade dela.
Isso não é um caso
afastado de nossa realidade regional, episódios de fotos ou filmagens desses
momentos íntimos já foram exemplificadas na cidade de Governador Valadares, e
ainda são, quando garotas são expostas e humilhadas nas páginas do Facebook por
terem exposto o seu corpo.
O respeito à mulher
não é privá-la desse sentimento e sim entender suas vontades e compartilhar
segredos. A mulher deve saber ver o prazer não somente como um direito, mas
como algo natural em um casal, onde ela possa confiar em seu parceiro sem temer
que seja desvalorizada por ter desejos.
Triste é o homem
que nunca irá compartilhar tais momentos com a pessoa que ama, por achar que
mulher não deve se expor, se conhecer ou ter prazer, triste é ver pessoas
vivendo mundo escondidos ou ter vontades esmagadas por acreditar
ser errado, ou por achar que o prazer diminui o seu caráter.
O sexo feminino não
é somente um gênero, passivo das vontades masculinas que deve ter vergonha de
si, mas sim um gênero ativo e que deve ser conhecedor da sua própria
sexualidade principalmente ser respeitada por isso.