quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Sexo Feminino

Por Lucy Mattos 
lucy.mattos@live.com
O objetivo aqui não é explorar o sexo feminino e sim falar da sua sexualidade, gostos, as vitórias  e dificuldades que acompanham a mulher quando este assunto é abordado. Afinal, o sexo feminino historicamente tem sido privado de conhecer e explorar a sua própria sexualidade.
Quando nos sentamos para conversar com os garotos de nossa idade é fácil ver como eles enxergam o sexo e suas mulheres, por algumas vezes é possível perceber como eles classificam as mulheres que passam por sua vida. Enquanto algumas são tidas como mulheres, outras são definidas como putas ou vadias, ou seja, mulheres para a cama.
Isso acontece por causa da educação que nos foi implantada com o passar dos anos, onde uma mulher “de respeito” não deveria inclusive sentir prazer, mentalidade explorada no livro/série Gabriela, onde mulheres eram educadas que o seu papel na cama com os seus maridos era de estar lá e dar prazer a ele, e que não deveria sentir curiosidades, expor desejos ou explorar seu corpo. Esse papel de conhecer os segredos do sexo era destinado às “quengas, garotas da vida” que não mereciam respeito.
Podemos ver isso ainda hoje na mentalidade dos jovens, não sendo um problema único do sexo masculino, mas também das próprias mulheres que são educadas a não conhecer os seus prazeres, já que isso não irá fazer com que ela seja vista como mulher direita, ou seja, para se casar.
Quando vemos vídeos, fotos, de mulheres que buscaram se soltar na cama, solto de modo que as vulgariza para o público online o momento que era privado para dois, a culpa geralmente é atribuída à mulher, porque se permitiu ser filmada, fotografada, mesmo que era para ser apenas alembrança de um bom momento.
Recentemente vimos o caso da Fran, garota que foi filmada por um ex nos momentos de intimidade. A repercussão veio de todos os lados, pessoas que entendiam que Fran teve o seu momento íntimo “roubado” por um aplicativo de celular.
De outro lado vimos as críticas, pessoas que a responsabilizavam por confiar em seu parceiro, ou por simplesmente sentir o prazer do sexo. Por se permitir filmar ela havia virado menos mulher, ou menos honrada para uma grande maioria.
Primeiro devemos criticar o caráter deste rapaz, que por algum motivo espalhou este vídeo íntimo com a intenção de ridicularizar a garota. Afinal, o sexo é algo vergonhoso? Qual a visão de homens que pensam assim da mulher com quem divide a cama?
Quando homens usam deste momento para humilhar a mulher, é difícil ver que eles entendam a intimidade do fazer amor, uma visão misógina de sua relação e que provavelmente nunca iria entender o que é amar, não somente a mulher, mas a intimidade dela.
Isso não é um caso afastado de nossa realidade regional, episódios de fotos ou filmagens desses momentos íntimos já foram exemplificadas na cidade de Governador Valadares, e ainda são, quando garotas são expostas e humilhadas nas páginas do Facebook por terem exposto o seu corpo.
O respeito à mulher não é privá-la desse sentimento e sim entender suas vontades e compartilhar segredos. A mulher deve saber ver o prazer não somente como um direito, mas como algo natural em um casal, onde ela possa confiar em seu parceiro sem temer que seja desvalorizada por ter desejos.
Triste é o homem que nunca irá compartilhar tais momentos com a pessoa que ama, por achar que mulher não deve se expor, se conhecer ou ter prazer, triste é ver pessoas vivendo mundo escondidos ou ter vontades esmagadas por acreditar ser errado, ou por achar que o prazer diminui o seu caráter.

O sexo feminino não é somente um gênero, passivo das vontades masculinas que deve ter vergonha de si, mas sim um gênero ativo e que deve ser conhecedor da sua própria sexualidade principalmente ser respeitada por isso.

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