quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Reinventando o sorriso e provocando gargalhadas

Por Jefferson Oliveira
fessonjbo@gmail.com

Arte como expressão da vida (Foto: Divulgação)



O riso, a alegria. A arte circense para muitos se resume apenas nisso, mas não para quatro palhaços de nossa cidade: Thiago Lopes, 32 anos, Amanda Drummond, 28, Daniele Pinho, 30, e Wesley Cipriano, 36. Para eles é mais que um hobbie, é a própria expressão da vida.

Seja nas ruas, seja nas casas, seja nos palcos, ser palhaço para essa turma é acreditar na magia: “o palhaço tem uma liberdade muito grande de falar de coisas sérias e ser aceito. Todos riem, mas estamos falando de coisa séria. E nós, como palhaços, temos uma função muito interessante: podemos entrar no presídio, nos hospitais, nas igrejas, nas ruas; em qualquer lugar somos recebidos de braços abertos e todos gostam”, afirma Wesley, o Edy.

Thiago e Wesley (Foto: Divulgação)
Aliar as práticas comuns de seu trabalho com o dia-a-dia talvez seja o grande trunfo de todos que pesquisam e fazem uso da arte circense. Estudar, dialogar, entender os processos que permeiam a sociedade é o principal objetivo dessespalhaçosque levam à cidade espetáculos que não são o de costume e quase não são valorizados, mas que podem acrescentar algo.

Nós acreditamos em uma arte que atrevesse o outro, mas que antes de tudo nos atravesse. O tempo todo estamos nos confrontando como amigos, como família. Uma arte que não se separa tanto da vida. Vivemos em um teatro que a cada dia temos que nos reinventar”, declara Thiago, o Graveto.


Daniele e Amanda (Foto: Divulgação)
No processo de conhecer, vale ir até ao fundo. Com exceção do Thiago (mas o mesmo sempre está estudando sobre algo específico, como o barroco e até Van Gogh), todos têm alguma formação específica. Wesley está se formando na Escola Livre de Palhaço, Amanda é turismóloga especializada em gestão cultural e patrimônio histórico e Daniele é psicopedagoga especializada em artes visuais. Formações que são usadas para o crescimento do coletivo, para o crescimento da cultura local, como afirma Daniele:temos uma pegada muito forte com relação à cultura local, o resgate do valadarense. Amanda ainda completa:em todos os nossos trabalhos buscamos confrontar as realidades da cidade. Desde a época da ditadura militar, coronelismo. Buscamos a identidade local para fazer as pessoas refletirem.

Reinventar os próprios pensamentos e a cidade são ideais de quem vive dessa arte, ideias que essa turma tenta sempre aplicar. Como disse Wesley “gente tem que gostar de gente”, por isso, para eles é essencial as ruas, porque através delas fazem lugares de encontro, fazem as pessoas se encontrarem, rirem juntos. “Hoje é o que menos acontece, mas o teatro de rua tem essa função”, acrescenta Daniele.

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