sexta-feira, 1 de novembro de 2013

(OPINIÃO) A relação entre as maçãs e o ‘balango’

Por Washington Bonifácio
washington23.silva@hotmail.com

Estamos em uma grande engrenagem, mas a força que move a máquina parece vir da gravidade. Quem deveria ter visão, tropeça na escuridão do próprio discurso; quem deveria defender os interesses coletivos, só enxerga o próprio umbigo. Como um grama de exemplos vale mais que uma tonelada de conselhos, vamos aos fatos. A pouco, uma grande rede de supermercados cogitou abrir uma filial em Governador Valadares. A notícia gerou polêmica entre o povo, que quer mais oportunidades de emprego, e alguns legisladores que temem pela venda de uma área ligada ao parque de exposições.

O Parque é a maior área de eventos da cidade. Em tempos de exposição, GV Folia e shows, as pessoas “balangam saboreando o mais puro adocicado das maçãs do amor”, iguarias comercializadas nos eventos. A área a ser vendida não é utilizada nas festas. No local foi plantada uma capineira para manter os animais em períodos de exposições, afinal, infelizmente eles não vivem  de maçãs. São 40 mil metros quadrados de área localizada aos fundos do Parque.

A União Ruralista, presidida pelo sub secretário do Agronegócio em Minas, André Merlo, pretende vender a área para que o supermercado se instale na cidade. Mas alguns membros do poder legislativo não receberam a notícia de bom grado, pois consideram baixo o valor das negociações com a empresa, além de ressaltar que a área fica às margens do Rio Doce, o que poderia causar prejuízos no período das enchentes.
O vereador Gladston Rodrigues, líder do governo, chegou a se manifestar, na Câmara Municipal, na reunião ordinária, do dia 08 deste mês, sobre o caso. No áudio, que circula na internet o vereador se posiciona.

A fala do vereador pode ser ouvida abaixo:



Em entrevista ao programa Bem Viver, exibido no dia 14 deste mês, na TV Rio Doce, o presidente da União Ruralista André Merlo, disse acreditar que a vinda da empresa para a cidade deve trazer melhorias significativas, e garantiu que isso não vai prejudicar nos eventos culturais. Isso significa que o povo pode continuar “balangando e comendo ainda mais maçãs”, pois a previsão é de gerar quatrocentos novos empregos na cidade e outros duzentos e cinquenta empregos indiretos. O poder de compra vai aumentar. Preparem-se doceiras, a Ceasa vai lotar. Haja maçã!

Que venha o progresso! 



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